Resenha do texto Reforma urbana e Revolta da Vacina na cidade do Rio de Janeiro
BENCHIMOL, Jaime. Reforma urbana e Revolta da Vacina na cidade do Rio de Janeiro. In: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs). O Brasil republicano (vol.1). O tempo do liberalismo excludente: da Proclamação da República à Revolução de 1930.
RESUMO Em tempos republicanos, a cidade do Rio de Janeiro era a mais importante no cenário político, social e intelectual do Brasil. Entretanto, sua estrutura física e os costumes da população, especialmente das classes menos favorecidas, não condiziam com a posição ocupada pela cidade. Sentiu-se então a necessidade de realizar uma reforma que a modificasse em âmbito material, cultural e legal. Ademais, a dificuldade de combater doenças ameaçadoras levou o governo a uma preocupação com a saúde social. Nesse sentido, uma lei de obrigatoriedade de vacinação conduziu partes heterogêneas da sociedade a reivindicar não apenas contra a lei, mas também contra o autoritarismo e abuso do governo, abrindo espaço para uma tentativa de insurreição militar. É o que se conhece como Revolta da Vacina.
PALAVRAS CHAVE Revolta da Vacina; Rio de Janeiro; reforma urbana; saúde coletiva; ideal estético; inspiração positivista; higienistas; sanitaristas; Brasil república.
Do ponto de vista positivista, pode-se distinguir estágios principais na evolução da cidade do Rio de Janeiro. No princípio, o Rio se expandiu lentamente por meio de aldeamentos de colonos não planejados, “feios e insalubres”. Mudanças significativas ocorreram na cidade quando se tornou a capital da colônia portuguesa na América. Mais tarde, no período imperial, transformações ainda maiores se deram com a instalação da Família Real portuguesa no principal centro urbano carioca, inclusive devido ao aumento súbito da população em 15 mil habitantes em decorrência dessa mudança da realeza (BENCHIMOL, 2008, p. 233-234). Benchimol, porém, ressalta a amplitude e importância da reforma da cidade do Rio de Janeiro ocorrida durante a