Resenha do texto “narrativa e resistência” – alfredo bosi
Narrativa e resistência é parte do trabalho intitulado Literatura e Resistência de Alfredo Bosi, onde em seus parágrafos inicias apresenta o conceito de resistência como algo ético e não estético inicialmente. Para tratar melhor do conceito e embasar suas ideias, Bosi traz a perspectiva da dialética das distinções proposta por Croce, que resumidamente propõe a oposição entre prática e cognição, razão e vontade, alertando para a diferença entre poesia de resistência e narrativa de resistência, que não podem ser confundidas. Após essa explanação acerca do conceito utilizado em seu trabalho para esclarecer o termo resistência e suas instâncias filosóficas, o autor entra no campo da narrativa utilizando-se dos conceitos inicialmente apresentados dividindo em dois tópicos: resistência como tema e resistência como processo inerente à escrita, ressalvando que ambas apesar de divididas inicialmente não se excluem necessariamente. Retomando a dialética das distinções proposta por Croce, Bosi apresenta o uso do conceito de valores e anti-valores utilizados na poesia e expressam por meio das personagens, falas e expressões, que se referem ao que é intrínseco ao ser humano, e exemplificam muito bem o que é ética somada a estética, a teoria e a prática. Tratando da questão do romance, Bosi coloca o romancista numa posição diferenciada do poeta, afirmando que seu espaço é amplo para inventar,em de modo geral em seus escritos, poder concedido a narrativa. Tal espaço é mais amplo devido a mobilidade do autor em poder criar espaços, perfis psicológicos, narrar divagações de seus personagens entre o real e o imaginário, trazendo o conflito de valores. Bosi adverte acerca da distinção do narrador resistente de um militante de valores ideológicos apresentando dois riscos, sendo o primeiro deles o risco do engajamento, onde sua obra pode sofrer acusações por tendenciar a determinado lado, independentemente da época e o