Resenha do Livro: O Escafandro e a Borboleta
Vanessa Rodrigues Pucci*
Produção francesa, Le Scaphandre et Le Pappillon (2007) dá início quando alguém acorda em uma cama de hospital. Percebe-se que é um homem, quando se escuta a sua voz, logo, boa parte do filme é narrado em primeira pessoa. No início, dividimos as mesmas imagens com o personagem, pois estamos enxergando tudo sob a perspectiva do protagonista
Ao acordar, depois de aproximadamente 20 dias em coma, o personagem, ainda sem nome, escuta a voz de uma enfermeira. A seguir depara-se com alguns médicos, porém ainda não se deu conta do que esta de fato acontecendo. Fala, no entanto, ninguém o escuta, embora ele escute tudo em alto e bom tom.”Monsieur Bauby”eis o seu nome.
Ainda submerso em toda aquela confusão, tem seu olho direito suturado, medida tomada pelo médico em função de um ressecamento de córnea. Síndrome do encarceramento, este é o seu diagnóstico, conseqüência de um AVC sofrido dias antes. A seqüela? Paralisia da cabeça aos pés. Privação
completa de liberdade de
movimentos físicos. Restando-lhe
somente, a audição, a visão parcial e sua total e completa lucidez. Sendo esta a sua condição permanente. Jean Dominique Bauby é um homem maduro por volta de quarenta anos, irônico e particularmente sarcástico, bem sucedido profissionalmente, cercado de pessoas bonitas e aventuras, oportunizadas pelo seu excelente cargo na edição de uma badalada revista francesa.
Entretanto, de sua vida passada lhe restam apenas lembranças e alguns flashs , que nos mostram quem era Jean Do (foi assim chamado durante o desenrolar da trama).
No hospital, com ajuda de uma fisioterapeuta e de uma ortofonista, reaprende a se comunicar, através de um “alfabeto sintetizado”. Aprende a dizer o que quer e o que sente.
Não esconde o fato de querer morrer! Não o faz! Opta pela vida e com o auxílio de pequenas piscadas aliadas a um punhado de letras volta a viver.
A imagem de um escafandro não lhe sai da mente, esta preso a