Resenha do livro A língua de Eulália
É uma novela sociolinguística, estilo que estuda todos os aspectos da relação entre a língua que se fala e sociedade que se vive. Escrita em
208 páginas, mais ‘créditos’, por Marcos Bagno, foi lançada no ano de
2006, pela editora Contexto, São Paulo.
É um livro que trata sobre alguns problemas de ensino e aprendizagem da língua portuguesa, também se refere ao preconceito linguístico que existe na sociedade contra as pessoas que falam de uma forma
“diferente” da ensinada nas escolas.
O livro aborda esses temas na forma de uma narrativa, cria personagens dinâmicos, que interagem entre si, fazendo uma história de fácil leitura e compreensão.
O livro trás a diferença entre o português ensinado nas escolas, dito como padrão (PP) e o que se fala nas ruas, o português não-padrão
(PNP).
O preconceito quanto às variedades de língua escrita e falada pelas pessoas desfavorecidas socialmente, faz com que algumas pessoas carreguem consigo o sentimento de superioridade que a linguagem
“padrão” trás perante a não-padrão, criam o mito da língua única, desconsiderando tudo o que não se encaixa na gramática tradicional.
Além disso, o autor fala sobre as variedades geográficas, de gênero, sócio-econômicas, etárias, de nível de instrução, urbanas, rurais, língua atual e “arcaica”. Sabemos então que no momento em que o indivíduo fala ou se expressa, ele exerce o poder da utilização das palavras e as usa de acordo com as características que ele traz de suas experiências sociais.
É o que diz os trechos: “Existe até uma relação bastante interessante entre arcaísmo e distância geográfica: quanto mais distante de seu local de origem, mais arcaica permanece a língua” (p.124). E “Essa mesma relação faz com que a língua das zonas rurais seja mais
arcaizante do que a língua das grandes cidades, onde as transformações sociais mais rápidas são acompanhadas no mesmo ritmo por transformações na variedade lingüística” (p.124)
Isso mostra que o