Resenha do livro A Ilha
Como o aclamado livro A Ilha pode estar realmente dentro da Ilha
Aline Imercio e Mayra Fratin
Saber como vivem um dos únicos povos influenciados pelo socialismo no mundo é algo que instiga a curiosidade de muitos. Cuba é um país distante, uma Ilha remota para muitos da América, o país de figuras barbudas, discípulos de Che Guevara, que fumam charuto o dia todo, em que todos vivem sem dinheiro. Mas será assim mesmo?
Nada melhor que um jornalista pairar sobre a misteriosa Cuba e nos contar o que viu. Uma figura que foi até o país por vezes, escreveu e descreveu a realidade cubana dos anos 70 como ninguém. Como diz Gabriel García Marquez na contra capa, Fernando Morais soube passar a imagem da Cuba vista pela primeira vez, e descrever de uma maneira instigante.
Ler a Ilha é entrar nos ares socialistas de Cuba e conhecer cada vez mais o sistema, que por muitas vezes podemos taxar de “fora da nossa realidade”, mas que para alguns cubanos é o ideal.
Morais descreve, neste livro-reportagem, cada cena desde o cotidiano, que mostra o olhar sobre o racionamento de alimentos na Ilha (o pais possui o sistema de controlar a compra de uma quantidade necessária de comidas para cada família) até as surpresas quase impossíveis de se ver em solos brasileiros: o país não possui prostitutas, favelas e tem pouco ou quase nenhum acesso a drogas, além de não possuir favelas! A luta por aqueles que não concordam com o regime vigente em Cuba, também é uma realidade mostrada nessa obra.São citados casos de pessoas que eram muito ricas e que fugiram durante a revolução e optaram por não retornar a Cuba. O que mostra que, apesar de o sistema cubano de governo, com a distribuição de renda e direitos iguais, ser apoiado por muitos, ainda existe parte da população que discorda e prefere morar fora da Ilha.
Um ponto muito interessante descrito no livro é o fato da profissão do jornalista ser valorizada a olhares cubano.O salário é