Resenha do livro A Ferro e Fogo
Warren Dean
S.O.S. Mata Atlântica
Warren Dean nasceu na Flórida, mas dedicou-se a relatar a história de uma mata brasileira, a qual, desde seus primórdios, foi afetada pela ocupação humana, fato que ele deixa claro no livro. Para isso, descreve as características da floresta de maneira interdisciplinar e traça um panorama histórico imprescindível para que se possa chegar a conclusões de como a floresta chegou ao patamar atual. Do ponto de vista social, abrange como se deu a ocupação da mata, quer pelos índios, quer pelos europeus na “descoberta” do Brasil e como essa ocupação influenciou, e ainda influencia, a devastação da Mata Atlântica. A floresta é moldada de acordo com cada civilização que a habitou. Os resultados de cada nova civilização que habitava a mata é a destruição da mesma, a qual é reduzida cada vez mais, e hoje restam apenas vestígios de um dos principais ecossistemas do planeta. Um dos principais pontos do livro, que foi até mesmo questionado, é a inclusão dos nômades que habitavam a floresta, ou seja, os índios, como também culpados pela devastação da floresta, situação que quebra o ponto de vista de que a destruição da mata começou apenas com a chegada dos portugueses. Essa questão pode ser notada no próprio título do livro, sendo que fogo faz referência às queimadas praticadas pelos indígenas e ferro, aos machados utilizados pelos portugueses na derrubada das árvores. A verdade é que a forma como cada sociedade utiliza a natureza difere da outra, e assim a noção de destruição também é alterada. Dessa forma, o impacto que cada sociedade tem sobre uma floresta varia de acordo com a forma que utilizam a terra para sobreviver e varia de acordo com cada período histórico, sendo que é impossível não causar qualquer impacto, pois todos fazem parte da dela. Sabendo disso, o autor discute que, muitas vezes, por