Resenha do livro Maquiavel
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução de Roberto Grassi. 11.ª Ed. São Paulo: Bertrand Brasil, 1986.
Nicolau Maquiavel, escritor italiano nascido em 1469 na cidade de Florença, é considerado o fundador da ciência politica moderna. Ocupou um cargo na Segunda Chancelaria da República de Florença, de 1498 a 1512, tendo desenvolvido durante esse tempo tarefas burocráticas, diplomáticas e de assessoria política. Escreveu seu principal livro, “O Príncipe”, em 1513, embora o mesmo só tenha sido publicado postumamente em 1532. Trata-se de uma das obras políticas mais fundamentais que exerce um papel crucial na construção do conceito de Estado como modernamente conhecemos.
O livro, que assume a forma de um manual do bom governante, é dedicado à Lourenço de Médici como uma tentativa do autor em recuperar seu antigo posto; tendo em vista que em 1512, com a tomada do poder de Florença pela família Médici, Maquiavel havia sido exilado e destituído de suas funções públicas.
Dividido em 26 capítulos, a obra se inicia com a classificação dos tipos de governo e qual a melhor maneira de conquistá-los. O autor se preocupa em detalhar os tipos de principados, as causas do bem-estar e do mal-estar dos mesmos e os modos pelos quais muitos os adquirem, conservam e também os perdem.
Nessa primeira parte (que inclui precisamente os onze primeiros capítulos), Maquiavel faz alusão a dois conceitos: virtú e fortuna. Ambos fazem referência ao modo como o governante pode chegar ao poder - por méritos próprios ou pela “sorte”, respectivamente. Conquistar um principado por méritos próprios seria mais dificultoso, mas mais facilmente se daria a sua manutenção. Por outro lado, aqueles homens que o fizessem através da fortuna ou do mérito alheio, teriam uma manutenção mais difícil, porém a conquista seria fácil. Também segundo o autor, “apenas por meio da virtú” um príncipe pode vencer “a instabilidade da fortuna” e assim “conservar seu estado”.
Em um segundo momento,