Resenha do livro Macbeth
No período Elisabetano os escritores de romance tinham uma grande simpatia pela tragédia. Fosse pela fome, pelas guerras, pelos desentendimentos familiares ou a idéia insuportável de viver sem o amor, os protagonistas pareciam sempre dar um jeito de encontrar a morte. Isso, é claro, torna-se um marco do século 17, reflexo da economia, hábitos menos saudáveis e de um tempo em que a idéia de amor era muito mais melancólica do que companheira. Em MacBeth encontramos a mesma dose de tragédia em um amor do protagonista, não por uma mulher, mas sim pelo poder. Podemos ver antes mesmo de conhecê-lo em suas próprias palavras e pensamentos, que MacBeth em sua essência era um bom homem. Um general do reino, leal, fiel, companheiro, querido por seu Rei. Porém, sua sede de poder embora silenciosa e vinda da crença de que seria um melhor monarca para Escócia, levou-lhe a desgraça. MacBeth abusou de sua confiança em uma profecia, encheu-se de culpa por seus atos, governou de forma débil e egoísta e garantiu para si mesmo um final terrível.
No primeiro ato, somos apresentados as três bruxas que revelam o destino de nosso herói e que o acompanham ao longo da trama garantindo que a história siga seu curso. Essas três são as que, encontrando Macbeth e Duncan após esses deixarem a batalha, revelam em uma profecia o que deverá ser do futuro dos dois. Nesse ponto notamos que os mais profundos desejos de Macbeth são-lhe ditos como certos no futuro, dando-lhe esperança que ele não viria a ter sem as tentadoras palavras das bruxas. Podemos observar aí a tentativa de Shakespeare em demonstrar que o homem não pode nem deve confiar em outro que não si mesmo, nem em seres sobrenaturais nem em outros homens, sob pena de conseqüências extremas.
Podemos facilmente relacionar esse trecho do livro, bem como todos em que encontramos influencia das bruxas, uma tradução do famoso quadro de Francisco Goya (apesar de este ter sido pintado muitos anos depois) “O