Resenha do livro:.Linguagem e persuasão de Adilson Citelli
Para fundamentar sua perspectiva, o autor faz um breve passeio sobre a tradição retórica e suas implicações no estudo do discurso persuasivo. A partir da obra Arte retórica de Aristóteles, o autor chama nossa atenção para a distinção entre retórica e persuasão. De acordo com ele, a retórica revela apenas as regras impregnadas em determinado discurso e não é sinônimo de persuasão, já que pode mesclar diversas formas discursivas. Ainda de acordo com o autor:
“Persuadir é, sobretudo, a busca de adesão a uma tese, perspectiva, entendimento, conceito, etc. evidenciado a partir de um ponto de vista que deseja convencer alguém ou um auditório sobre a validade do que se enuncia.” (CITELLI, 2004:14).
Feita algumas considerações sobre o discurso persuasivo, o autor parte para a análise dos textos que se enquadram nessa perspectiva. Dentre os textos explicitados, merece nossa atenção as indagações do autor acerca do discurso político, tema do nosso trabalho.
Segundo o autor, é no discurso político que as marcas persuasivas são mais nítidas. Convém ressaltar aqui, que o mesmo não coloca o discurso político como exclusividade dos profissionais da área (deputados, vereadores, senadores etc.), mas como uma característica marcante em todo e qualquer discurso. Todo discurso é ideologicamente marcado sendo, portanto, político. Interessa-nos aqui a contribuição de Bakhtin quanto à prática enunciativa:
“Na realidade, não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou