resenha do livro Justiça para todos
J.C.
A humanidade, em toda a sua história, sempre se viu amparada por parâmetros de justiça, os mais diversos possíveis. Parametros estes, embasados nas mais variadas fontes de conhecimentos que já existiram em sua história e fontes dos mais diversos pensadores em suas épocas.
O livro Justiça, o que é fazer a coisa certa, de Michael Sandel, trás já de início uma frase, o título, que ao tempo em que mostra o assunto a ser abordado, também nos remete à idéia de uma afirmação, de impressão de que o livro ilustrará a resposta a um dos maiores questionamentos da humanidade, o que é justiça. Também causa a impressão de que encontraremos a receita de como fazer a coisa certa para que possamos ser justos.O autor nos incita à debatermos o assunto, e via de regra, nos leva à ponderações e conclusões, as mais diversas, polêmicas e intrigantes sobre o tema
É uma leitura instigante e desafiadora,com abordagem e exemplos de situações desde cotidianas, reais à situações fictícias, que nos levam à manifestação com relação à estas.
Sandel aponta para diversas correntes, sendo que se coloca particularmente como adepto do pensamento comunitarista, no sentido aceitação, adesão à uma cultura multilateral, com a aceitação de vários pontos discordantes para que se tenha uma igualdade e oportunidades abrangente à todos, sem distinção.
Contudo, Sandel, por todo o livro, é incapaz de definir justiça de forma coerente: por um lado, isso dá liberdade ao leitor, que pode escolher pela visão de justiça que lhe pareça mais consistente (afinal, o livro é baseado em um curso introdutório oferecido em Harvard), por outro lado Justiça às vezes parece uma coleção de ensaios distintos, sem elementos comuns e sem um tema que os unifique. E, mesmo assim, o autor claramente demonstra a sua opinião (alinhada à linha comunitarista): enquanto as visões libertárias e o utilitarismo são bastante criticados, o capítulo referente à teoria de justiça de