Resenha do livro “imagem: cognição, semiótica, mídia”, de lucia santaella e winfried nöth
2634 palavras
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RESENHA DO LIVRO “Imagem: cognição, semiótica, mídia”, de Lucia Santaella e Winfried Nöth por Maria Ogécia Drigo (UNISO-SP) Lucia Santaella e Winfried Nöth mencionam na Introd ução do livro “Imagem: cognição, semiótica, mídia” (São Paulo: Iluminuras, 2001), que “uma ciência da imagem, uma imagologia ou iconologia ainda está por existir” (p. 13). Nesse sentido, Durand (2004), enfatiza que os progressos das técnicas de reprodução por imagens, como a fotografia, o vídeo, as “imagens sintéticas”, bem como os meios de transmissão dessas, não permitiram ao século XX desenvolver estudos vinculados à imagem capazes de abalar o reino da “galáxia de Gutemberg”, expressão de Mc Luhan, reino esse caracterizado pela supremacia da imprensa e da comunicação escrita. “Embora a pesquisa triunfal decorrente do positivismo tenha se apaixonado pelos meios técnicos (óticos, físico-químicos, eletromagnéticos etc.) da produção, reprodução e transmissão de imagens, ela continuou ignorando o produto de suas descobertas.” (p. 33). Essas imagens geraram recenseamentos e classificações que tornaram possíveis estudos de processos de produção, transmissão e recepção para as imagens passadas, possíveis, produzidas, bem como as serem produzidas, conhecimentos esses presentes em vários capítulos da obra em questão. De um lado, a obra é extremamente importante, portanto, pois em cada capítulo, os autores apresentam idéias de uma centena de pesquisadores e as mais relevantes são discutidas com rigor e erudição. Por outro, é diferenciada por não ignorar os produtos dos meios técnicos, principalmente quando os autores fundamentam-se na semiótica peirceana. As diversas correntes teóricas que abordam a imagem - enquanto representação visual e mental - constam do primeiro capítulo: “Imagem como representação visual e mental”. “Não há imagens como representações visuais que não tenham surgido na mente daqueles que as produziram, do mesmo modo que não há imagens mentais que não tenham alguma origem no