Resenha do livro: Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula
SALA DE AULA
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em Língua Materna: A sociolinguística na sala de aula. Parábola Editorial, São Paulo, março de 2004.
Stella Maris Bortoni-Ricardo é Ph.D em Linguística pela Universidade de Lancaster (Inglaterra). É sociolinguista e etnógrafa. Hoje é professora na Universidade de Brasília (UnB) na Faculdade de Educação. O livro “Educação em Língua Materna: a sociolinguística na sala de aula” possui 7 capítulos, cada um com momento de discussão, reflexão e atividade, o que orienta e ajuda a construir o raciocínio do professor sobre a sociolinguística. No capítulo 1, “A Sociedade Brasileira”, Bortoni-Ricardo relata um trecho do livro Rememórias Dois de Carmo Bernardes, que nasceu no meio rural e viu-se em outro mundo quando sua família se mudou para Formosa-GO. Sofreu preconceito na escola por sua fala caipira. É o chamado êxodo rural, que mais se acentua no país com o passar dos anos. O censo do IBGE em 2000 mostrou que a população rural do Brasil em 35 anos caiu de 50% para 19% do total de 175 milhões de brasileiros. José Eli da Veiga argumenta, segundo os parâmetros da OCDE, o município é considerado urbano, com uma densidade demográfica de 80 mil habitantes por km quadrado e uma população nunca menor que 50 mil habitantes. Se aplicados esses parâmetros os municípios de 5.507 passariam a 455. Segundo a tabela 2, na página 19, a população não alfabetizada diminuiu, lembrando que esta tabela mostra dados até 1980. Hoje, podemos dizer que a concentração da população na cidade faz com que a criança vá automaticamente à escola. No capítulo 2, “Diversidade Linguística e pluralidade cultural no Brasil”, logo no início são enfatizados os domínios sociais, que se constituem em família, escola e amigos, e se originam dos papeis sociais que fazem parte do ser humano, todos nós temos papeis sociais que são próprios da