Resenha do fime anjos do sol
O filme nacional “Anjos do Sol”, de direção de Rudi Lagemann, retrata bem uma questão muito polêmica, que é o trafico e prostituição de crianças e adolescentes no Brasil. O filme apresenta uma situação muito atual em nossos dias, escravidão e tráfico, no entanto, encoberta pelo “muro do silêncio”. Escancara um Brasil sem perspectivas, a exploração sexual de crianças e adolescentes pobres, das regiões paupérrimas do nordeste do País. Retrata a infância escandalizada e perdida. O que se visualiza na tela é o que está sendo projetado diariamente, porém, evidente e invisível.
Vale ressaltar que este filme foi baseado em fatos reais e estruturado em cima de notícias de vitimas de violência sexual no país, notícias de jornais e dados de organizações não governamentais. No ano de 2006 (lançamento do filme), os dados colhidos já apontavam para cerca de 100 mil adolescentes vivenciando a mesma situação de exploração sexual no Brasil. Passados os anos é lamentável dizer que este número só tem aumentado.
No desenrolar do filme se pode observar a crueldade com que essas crianças são tratadas no mercado negro do sexo, destacando-se a região amazônica como um grande ponto de turismo sexual, já que as meninas ficam isoladas no meio da floresta a serviço dos trabalhadores da região e cumprindo ordens do cafetão, e quando essas ordens são desobedecidas chegam a ser castigadas e muitas pagam um preço altíssimo perdendo a própria vida.
Seguindo a uma exigência social, o Brasil teve que formular leis mais enérgicas em relação à violência sexual. Com a entrada em vigor da lei 12.015/09 ato libidinoso e estupro, atendendo uma reivindicação da maioria da doutrina, passaram a fazer parte do mesmo tipo penal. Dentre algumas modificações cumpre mencionar aqui que o artigo 214 do Código Penal brasileiro foi revogado e o 213 ganhou nova redação. O estupro deixou de ser apenas a penetração do pênis na vagina e o homem, também, passa a ser considerado agente passivo