Resenha do Filme
No primeiro momento de A Grande Beleza nos deparamos com o escritor sexagenário Jep Gambardella (Toni Servillo) em uma festa monumental para celebrar seu aniversário. Não seria nenhum exagero afirmar que tal sequência que dura cerca de vinte minutos é uma das mais notáveis cenas do cinema em 2013. Abalizado por travellings voadores e enquadramentos inusitados, a intenção maior de Sorrentino é mostrar o quanto uma festividade, apesar dos comuns abusos de álcool e drogas, pode ser libertadora. Em seguida, após o sexo furtivo com uma desconhecida, ouvimos as primeiras considerações de Jep. De olhar sarcástico, o escritor parece não levar nada muito à sério, onde tudo pode e deve ser desmitificado. A posterior entrevista de Jep com um performática espiritualista externa com eficiência esse seu ceticismo.
Jep é um intelectual, notório por ter escrito um livro de sucesso ainda na sua juventude. Vive rodeado por amigos semelhantes. E entre festas efusivas, como a que abre o filme, e discussões sobre política e pensadores que normalmente não levam à nada, Jep e sua turma são liberais que nunca saem do lugar comum, adoram a zona de conforto que transitam. É quando A Grande Beleza trata de