Resenha do filme "O preço do amanhã"
O filme O Preço do Amanhã de Andrew Nicco, levanta uma reflexão do tempo como fio condutor da trama, um fator primordial da vida. Ele, o tempo, além de ser um artigo de luxo mostra a relação desigual de uma sociedade, onde, para que poucos recebam o direito da imortalidade muitos precisam morrer. Além de nos fazer refletir sobre os interesses existentes dentro do sistema capitalista, o protagonista refere-se ao tempo de um dia como algo muito precioso e suficiente para se realizar muitas coisas.
A história é recheada de críticas ao mundo atual, retratando a condição a que estamos submetidos na sociedade capitalista, onde o homem na busca de sua autonomia econômica e de uma elevação social perde a maior parte de seu tempo em detrimento de tudo mais que o qualifica. No filme, dinheiro é tempo, e consequentemente vida, e para nós tempo é dinheiro, sendo a vida conduzida como meio de obtê-lo.
Estamos marcados por um selo de qualidade capitalista onde o tempo se torna a maior e a mais valiosa moeda de troca. A expressão: ”tempo é dinheiro”, persiste na lógica capitalista neoliberal no contexto conjuntural do século XXI, que traz à tona a necessidade de uma sociedade alimentada por valores materiais, mesquinhos, individualistas, que visam seu próprio interesse. A partir de um princípio norteador de produzir mais, vender mais, e assim, obter mais lucro eliminando a concorrência, estabelece uma sociedade sem valores, cuja ética e o caráter são deixados de lado, por meio de uma padronização de valores individuais e não coletivos, inexistindo assim a solidariedade social.
Numa sociedade capitalista, a luta pela ascensão a uma classe social mais abastada e a conquista do poder são os determinantes para a valorização do ser humano, pois, é esse poder que determina o valor de uma pessoa, que dá direitos e privilégios, e que estabelece normas e leis. A lógica neoliberal determina a redução do espaço e do tempo, para