Resenha do filme o pianista e hannah arendt
O filme O Pianista mostra o surgimento do gueto de Varsóvia, quando os alemães construíram muros para manter os judeus em áreas isoladas do resto da sociedade da capital polonesa. No gueto, os direitos dos judeus eram limitados, suas condições de vida eram deploráveis e eles ficavam restritos a uma pequena área, facilitando sua deportação para os campos de extermínio. O gueto é o retrato da total degradação humana, pessoas passando fome, mortas nas ruas, amontoadas em cortiços que eram frequentemente revistados pelos nazistas. Quando o governo alemão instalou-se na Polônia, em outubro de 1939, uma de suas primeiras providências foi transferir e aprisionar, no exíguo espaço do antigo bairro judeu, os 400 mil judeus de Varsóvia. Um muro foi rapidamente levantado para isolar completamente o bairro, que se tornou um "gueto" no sentido mais exato e nefasto da palavra.
Hannah Arendt em seu livro Origens do Totalitarismo descreve essa forma de opressão que difere essencialmente de todas as outras formas: O totalitarismo. Sempre que galgou poder, o totalitarismo criou instituições políticas inteiramente novas e destruiu todas as tradições sociais, legais e política do país. Independente da tradição nacional ou da fonte espiritual particular da sua ideologia, o governo totalitário sempre transformou as classes em massas, substituiu o sistema partidário por um movimento de massa, transferiu o cetro do poder do exército para a polícia e estabeleceu uma política exterior que visava abertamente o domínio mundial. De um lado, o poder arbitrário, sem freio das leis, exercido no interesse do governante e contra os interesses dos governados; e, de outro, o medo como princípio da ação, ou seja, o medo que o povo tem pelo governante e o medo do governante pelo povo.
Ao confinar os judeus em guetos e campos de concentração, Hitler exercia o seu poder através do medo e da coerção moral e tinha a