Resenha do filme o pequeno grande time

O Pequeno Grande Time vem nos mostrar as diferenças de personalidade, comportamento e liderança entre os mais diversos tipos de pessoas, em um meio que exige os mesmos atributos predeterminados para alguém ser reconhecido e respeitado. Assim, com o desenrolar da história, traços psicológicos e características vão se sobressaindo, comportamentos vão mudando e até a forma de liderança sofre com essas transformações.
O filme começa diferenciando bem a personalidade de dois irmãos, Kevin, o mais velho, popular, bonito, forte, jogador de futebol americano, que oprime Danny, por ser mais novo, fraco, aspecto de nerd, com seus óculos de grau e sua magreza. Danny sempre é excluído dos jogos entre as crianças e acaba criando barreiras, denominadas por Freud de mecanismos de defesa, onde desiste da condição de ser jogador, fingindo sempre estar machucado, para não demonstrar que não pode ser um jogador, como seu irmão afirma. Além das barreiras interpessoais, onde Kevin impede que Danny torne-se um jogador, excluindo-o das brincadeiras, passa a existir barreiras intrapessoais, onde Danny, por não ter habilidades específicas para jogar, segundo seu irmão, cresce com um sentimento de inferioridade. Kevin desenvolve em Danny um comportamento contraproducente, fazendo-o abandonar as esperanças de ser um jogador profissional, de tanto não lhe dar oportunidades. Tudo isso prejudica o relacionamento de Danny com as demais pessoas, principalmente com as garotas.
Assim, os irmão O´Shea cresceram desenvolvendo suas personalidades em uma cidadezinha de interior que cultivava traços de superioridade. Kevin torna-se treinador de futebol americano, depois de já ter sido premiado com muitos troféus e vitórias em seu tempo de jogador, com uma esposa, duas filhas, uma casa, um carro e uma loja de revender carros. Já Danny, foi casado, mas a mulher o abandonou e ele cria uma filha sozinho, tem um posto de gasolina falido e um amor de criança que ele nunca viveu, por se sentir inferior.