Resenha do filme O Cortiço
O filme narra a vida miserável dos habitantes do cortiço de João Romeu (Armando Bógus), português ambicioso que, no Rio de Janeiro do final da monarquia, amasia-se com uma escrava fugitiva para tomar conta da sua quitanda e das suas economias. Tentando enganar a ex-escrava, ele falsifica uma carta de alforria para que a ela tenha a ilusão de que é livre de fato, quando, na verdade, é totalmente escravizada por ele e tem que trabalhar horas seguidas e ainda entregar todo o dinheiro que consegue em suas mãos. Com o dinheiro conseguido, ele começa a construir o cortiço, num pequeno pedaço de terra que logrou comprar. Primeiro três casas, depois muitas outras, graças ao trabalho da ex-escrava, que, apaixonada, deixa-se explorar sem perceber que João está interessado apenas em seu dinheiro e em seu trabalho.
Com o sucesso da empreitada, João Romão prospera. Moradores não faltam para habitar seus cubículos e ele começa a juntar dinheiro, ambicionando um futuro igual ao do rico Miranda, seu vizinho (Maurício do Valle), homem de posses, porém, desprezado pela esposa por não ter nascido em berço de ouro. Com poder e prestígio, Miranda, um árduo defensor do Império, acaba por conseguir o título de Barão, despertando mais ainda a inveja de João Romão.
Com o crescimento do cortiço, as mais variadas personagens começam a transitar pela história, sendo a principal delas Rita Baiana (Betty Faria), mulata assanhada e festeira, alegria dos marmanjos do lugar. Mesmo morando com Firmo (Antônio Pompeu), capoeirista, sambista e malandro