Resenha do filme A vila

O filme retrata o modo de vida adotado por um grupo de pessoas que através de um conselho realizado pelos mais velhos (anciões) decidem recomeçar suas vidas num vilarejo cercado por uma floresta, tomam essa decisão após sofrerem terríveis traumas decorrente da violência vivida na cidade. Para proteger seus filhos do futuro contato com esse mundo mau (a cidade) eles criam uma ameaça imaginária com criaturas assustadoras e regras de proteção, no qual devem respeitar os limites pré-estabelecidos por eles mesmos.
Para controlar a situação os anciões, professores e pais contam uma história irreal para seus filhos, porém quando uma criança morre um jovem sente a necessidade de ir à cidade a procura de remédios para que o fato não se repita e decide enfrentar as criaturas, mas é impedido pelos anciões; se envolve com uma jovem cega, é esfaqueado por outro jovem por ciúmes e sua noiva descobre o segredo guardado pelo anciões e com apoio de seu pai vai à cidade buscar remédio para salvá-lo, ela enfrenta o medo, atravessa a floresta, supera muitas dificuldades e consegue voltar com os remédios.
Muitos fatos abordados no filme demonstram o desespero do homem na busca pela paz e proteção dos seus descendentes, contudo também mostra que fugir da realidade não é o melhor caminho, porque apenas trocaram um medo real por um imaginário e pior criado por eles mesmos.
Tiveram que encarar novamente a violência como uma ameaça a seu plano de viver em uma sociedade isenta desse fator, lembrando da indagação que diz “o homem corrompe a sociedade, ou a sociedade corrompe o homem?”.
O filme finaliza sem um final claro, contudo é possível entender que o futuro da vila passa a estar nas mãos da jovem cega que enfrenta o medo, a ameaça das criaturas (mesmo que ela tenha ficado em dúvida sobre sua existência) e do seu noivo que é ousado e desconfia que há um segredo por trás de tudo.