Resenha do Filme A Missão
O filme conta a história de Rodrigo Mendoza (Robert De Niro), um violento mercador de escravos que entra para a Ordem dos Jesuítas como forma de se redimir pelos seus pecados (como o assassinato do próprio irmão). Mendoza passa de um homem cruel a um defensor dos escravos contra os colonos que visavam apenas o lucro, sendo assim, vai contra os interesses das Coroas Ibéricas, que passam a consideram os missionários como um inconveniente.
As missões tinham como objetivo catequisar os nativos e difundir a fé cristã, porém acabavam por ser um instrumento do colonialismo, já que em troca do apoio político da Igreja, o Estado mantinha os missionarios, construia igrejas e exercia proteção aos cristãos
(conhecido como Regime de Padroado).
As missões tinham como "fachada" a salvação das almas nativas através da conversão ao cristianismo, porém essa conversão não era uma salvação real e sim um modo de exercer dominação cultural e religiosa sobre o povo pardo.
No filme também podemos ver claramente os motivos que "justificam" a escravidão na época da colonização. Os europeus, brancos, que viviam numa civilização caracterizada pelo uso de roupas, adornos em ouro e metais preciosos, 'bons modos', igreja e escrita, ao chegarem à
America se depararam com um povo pardo, nu, 'sem pudores', canibais e com modos animalescos, julgaram como inferiores, nãohumanos, sem fé cristã, ou seja, sem alma, diminuindo-os a condição de animal, vendo um direito de escraviza-los, já que não eram humanos como os europeus.
No final do filme tanto Mendoza quanto seu companheiro Gabriel são dizimados, e os jesuítas são obrigados a se retirarem do território. E o filme conclui-se com o pensamento de que com o descobrimento do
Novo Mundo os nativos tinham apenas três escolhas: perderem sua identidade e renderem-se à fé cristã, tornarem-se escravos, ou serem
massacrados pelos colonizadores.