RESENHA DO FILME A CASA DE ALICE
“A casa de Alice”, filme de Chico Teixeiras, é uma interessante e triste radiografia da família suburbana brasileira. No filme, Alice é uma manicure, casada e mãe de três filhos, e mora com a família em uma casa no subúrbio de São Paulo. O marido, taxista, é um homem insensível, bruto e machista, incapaz de observar a dinâmica familiar. Os filhos, em geral, seguem os passos do pai, mostrando-se tão distantes quanto ele. Quem assiste a tudo é Dona Jacira, mãe de Alice, que observa a todos com os olhos da experiência. Assiste aos casos extraconjugais do genro, bem como aos de sua filha.
A família, núcleo é mostrada no filme como uma instituição em decadência, que vivem em seus apartamentos apertados, com toda a dificuldade em pagar todas as contas no fim de mês, com a impotência de não conseguir proporcionar para seus filhos nem a si mesmo o que gostaria. Outro aspecto louvável a se chamar a atenção é o de não haver a tentativa em prender os personagens em uma análise superficial. Ninguém nesta família é bom ou mau, o caráter é maleável, as circunstâncias constroem as pessoas, e, às vezes, nem sempre a busca pela felicidade é feita pelo que é visto como correto. O fato é que todos no filme tentam, cada um na sua maneira, encontrar algo por que viver, algo para se agarrar.O caso extraconjugal vivido pelas duas partes do casal é um exemplo disto. Alice não é pior, ou menos mãe, ou menos preocupada, porque mantém um romance com um ex-namorado. Ela é apenas um mulher em busca de algo que a faça melhor, que a preencha.
A realidade da classe média é lindamente mostrada neste filme, mostrando o cotidiano de uma família, mas que serve como um espelho para boa parte das famílias que vivem em subúrbios e que lutam para equilibrar as contas e a harmonia familiar. Não significando, porém, que as famílias suburbanas vivenciem exatamente o modelo familiar tratado no filme.
Não existe