Resenha do filme Young Frankestein a luz da ciência

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas – Departamento de História
História da Ciência e da Técnica
Profa. Ana Carolina Vimieiro Gomes
Resenha do Filme Young Frankenstein

Aluno: Mel Santos

Com uma direção magistral e atuações excepcionais, o filme consegue, desde o inicio, ser cômico, mas sem deixar de tratar a ciência com determinado grau de seriedade; dessa forma, não cai em estereótipos comuns ao gênero, resultando em um filme brilhante e divertido. O gênero da comédia científica pressupõe, em geral, a construção de um cientista maluco, repleto de teorias mirabolantes; o filme, porém, consegue evitar, em grande medida, esses clichês, construindo personagens caricatos, mas com uma dose de ambiguidade suficiente para desenvolver uma história com elementos que permitem a discussão de vários aspectos da ciência e da personalidade humana. Assim, a loucura perceptível do cientista - seria impossível um filme de comédia científica sem algum grau de maluquice em seus personagens - se transfere dos métodos e estereótipos comum nos filmes desse gênero, para o caráter obsessivo da personalidade do cientista, que o faz ter mudanças abruptas durante o filme e comportamentos quase paranoicos, como no momento em que crava o bisturi em sua própria perna. Entretanto, o propósito dessa resenha não tem como objetivo principal analisar os aspectos cinematográficos, mas a relação estabelecida entre a representação de ciência percebida no filme com as discussões sobre história e ciência realizadas no curso.

Logo no início somos apresentados ao Dr. Frankenstein, vivido pelo excepcional Gene Wilder, cuja personalidade no filme personifica o cientista racional, obcecado e conduzido pelo saber científico, dominador da natureza e centro do espectro social. Como vemos no início, e que perpassa todo o filme, há uma clara influência de uma representação positivista de ciência. Dessa forma, o Dr. Frankenstein é mostrado, logo no início, na