Resenha do filme Temple Grandin ... Uma porta que abre para o outro mundo
Uma porta que abre para o outro mundo
O filme retrata o panorama do autismo a partir da experiência de vida da protagonista. Descreve a trajetória de uma pessoa com autismo, as barreiras encontradas consigo mesmo e com a sociedade, em uma época onde tal condição era pouco conhecida, e os conceitos e visões eram bastante radicais, o preconceito era eminente, o que ainda repercurte nos tempos atuais. A própria visão da medicina se sobrepunha a conceitos onde ainda se tinha a visão de que o autismo era uma esquizofrenia infantil e estava ligado a questões afetivas, e vínculos mal conduzidos entre familiares, mais precisamente entre mãe e filho, o que amargurava ainda mais os sentimentos de culpa vivenciados por esta mãe, tal como ocorreu com a personagem do filme e sua mãe, pois tão logo a mãe vivencia as dificuldades com a filha, procura ajuda médica e obtém não mais que a indicação de internação da mesma em um manicômio e ainda se não bastasse, recebe informações de que tal situação decorre da escassa aquisição no contato afetivo entre ambas, o que reforça ainda mais os sentimentos de culpa já vivenciados e o luto decorrido da própria situação. O filme aborda todas as caracterizações e dificuldades relativas ao quadro de autismo. Tample é estimulada precocemente pela mãe,e mediante sua participação escolar é auxiliada por um sensível professor e posteriormente por sua tia, quando passou a residir com a mesma. Inicia-se então seu interesse por bovinos ao observar e compreender os comportamentos desses animais, especialmente a forma como eles se mostram calmos ao serem imobilizados para receberem vacinas. A partir dessa experiência, idealiza e constrói um dispositivo semelhante que a pressiona e imobiliza, gerando uma sensação de tranquilidade que aplaca as crises de ansiedade decorrentes da sua inabilidade no relacionamento social, o que foi chamado de máquina do abraço. Seus