Resenha do Filme QUERÔ
Baseado no romance de Plínio Marcos e dirigido por Carlos Cortez, o filme conta a história de um garoto chamado Jerônimo filho de um pai desconhecido e de uma mãe prostituta. Ao nascer, foi rejeitado pela cafetina do prostíbulo. Por conta da profissão e não aceitação da criança neste prostíbulo, sua mãe suicida ao tomar querosene e o deixa na porta do mesmo, e passa a ser criado pela cafetina que passou a nomeá-lo de Querô.
O desenvolvimento de Querô se deu em meio a um ambiente nada favorável, com toques de desprezo, sem afeto e nenhuma referência moral.
Sem nenhuma condição de se ver projetado em algo melhor para sua vida, entra para o mundo da criminalidade sob influência de amigos, onde participa de um assalto e é encaminhado à FEBEM, onde não aceita a disciplina opressora daquele lugar. Querô se revolta contra as agressões verbais, morais e físicas dos outros internados e do carcereiro, aumentando ainda mais o “ódio incubado”. Após uma rebelião provocada por ele, foge na esperança de se reerguer e ter a liberdade da rua, ou até mesmo de ter um outro tipo de vida. Apaixona-se por uma garota, mas descobre que ele não podia dar à ela o que merecia. O vestígio da “outra vida” ainda se fazia presente, e foi coagido a pagar o preço da tal liberdade caso não pagasse por ela à um policial, que o ameaçava sua volta a FEBEM caso não cumprisse pelo pagamento de estar livre.
Constituição do sujeito em meio as relações sociais
Podemos relacionar a história do garoto Querô com a constituição do sujeito em meio as relações sociais da seguinte forma: sabemos que o sujeito se constitui nas relações que estabelece com a sociedade, e essa constituição está condicionada à maneira como estas relações acontecem. Fatores como o cotidiano, as vivências, a família, as amizades, resultam em ações positivas ou negativas na vida do ser humano. Querô teve sua vida marcada pela falta, pela impossibilidade de ter a sua primeira instituição como base: