Resenha do filme preciosa
“O amor não fez nada por mim. O amor me bate, me estupra, me chama de animal, me faz sentir uma inútil, me deixa doente.” Parece mentira, mas esse é o único tipo de amor vivenciado por Preciosa, cuja vida é atormentada por problemas emocionais e familiares.
Negra, obesa, mãe aos 16 anos de Mongo, sua filha que é portadora de Síndrome de Down e grávida novamente de seu próprio pai, Claireece Preciosa Jones criou um mundo seu, que somente ela conhece.
Após ser incentivada por sua professora a frequentar escolas alternativas, conhece a senhorita Blu Rain, que passa a ser sua fonte de inspiração, mostrando como pode ser prejudicial não olhar para dentro de si mesmo.
Mesmo diante de tantos problemas, negligência e rejeição partindo de sua mãe, Preciosa consegue transitar entre a realidade dura em que vive e o seu universo particular de sonhos e possibilidades e acaba descobrindo por intermédio de pessoas sensibilizadas , um novo caminho a ser percorrido.
É impossível não deixar-se encantar por uma história tão pura e ao mesmo tempo tão humana como essa. O preconceito, o desamor e a indiferença que muitas pessoas ainda sofrem, é claramente retratado em várias passagens do filme, o que acaba nos fazendo pensar se nossa vida, tantas vezes resumida a uma vida de dificuldades e decepções, realmente tenha o direito de ser descrita assim.
Quando não contamos com o apoio do qual precisamos, alimentamos em nossos pensamentos uma idéia surreal, e nutrimos o medo de vermos nossa verdadeira imagem e personalidade refletidas no espelho. Como em Preciosa, percebemos que ao encararmos nossa vida sendo justa do jeito que exatamente é, abrimos espaço para a aceitação do que ocorre conosco e ao nosso redor, pois temos as diretrizes de nosso destino e podemos ser capazes de modificá-lo conforme nossas necessidades emocionais e intelectuais.
Um filme que condiz com a