Resenha do filme Os melhores dias de nossas vidas
A deficiência apresentada pelo protagonista do filme é a Distrofia muscular de Duchenne, uma doença de causa genética e hereditária, que se caracteriza pelo comprometimento muscular de caráter progressivo e irreversível ao longo dos anos. Não há comprometimento cognitivo, salvo alguns casos, onde ainda se pode haver comprometimento intelectual em até 30%, sem progressões, o que não é ainda comprovado pela literatura e não era o caso de Rory (protagonista diagnosticado com a deficiência), onde seu intelecto e funções cognitivas se mostraram intactas. Os comprometimentos motores começam desde a manifestação dessa doença após o segundo ano de vida, onde os primeiros afetados são os membros inferiores, comprometendo a marcha e dificultando a posição ortostática, até que a partir dos 10 anos, ocorre o início da perda dos movimentos. Rory, como alguém que apresenta a deficiência em sua fase final, apenas tinha controle dos movimentos da ponta dos dedos e sua fala ainda permanecia intacta. O restante dos seus músculos em sua maioria já haviam sido afetados. Quando o paciente se mostra em estado terminal, percebe-se o comprometimento do Diafragma e dos músculos de função cardiovascular. Afetivamente falando, Rory deixou claro no filme através de suas atitudes que o indivíduo diagnosticado com a distrofia muscular de Duchenne pode levar uma vida afetiva como qualquer outro, saindo, se divertindo, dançando e se relacionando com as pessoas, pois tais características não sofrem influência pela deficiência. Rory inicialmente se mostra uma pessoa sarcástica e inconformada com sua realidade, o que me fez pensar nele como alguém rebelde e sem uma boa aceitação das suas condições. Porém, com o decorrer do filme, percebe-se que sua indignação vem do preconceito formado pela sociedade perante aquilo que ele seria julgado como incapaz de fazer, o privando de realizar seu sonho em ter uma moradia própria e provar a todos que