Resenha do filme origem
E eu gostei. Muito. É um filmaço. Os atores são incríveis, a música é incrível. Mas, acima disso tudo, achei o enredo incrível. Gostei, porque o filme me fez, ao mesmo tempo, admirar Darwin (o que já acontecia muito antes de eu ver o filme. Afinal, ele era genial), e ter pena do seu sofrimento. Em outras palavras: Darwin foi humanizado (1).
É normal olharmos para uma figura histórica, como Darwin, e aclamá-lo herói, revolucionário, genial, à frente de sua época. Tantos louvores, tantas aclamações, acabam distanciando de nós a sensação de que Darwin era também um homem normal. Pai dedicado, esposo preocupado, pensador consciente, religioso decadente. Assim o filme mostra esse intrigante pensador do século XIX.
Acima disso tudo, o filme mostra Darwin como um homem atormentado. Ele vai perdendo a fé, em parte por causa de sua teoria, em parte por causa do próprio sofrimento, em decorrência da morte da filha Annie, de 10 anos. Ele reluta a publicação de seu livro até onde pode, temendo o castigo eterno de sua alma. Sua reação às palavras de Thomas Huxley no filme ilustram isso. Em certo momento, Huxley diz: “Sr. Darwin, o sr. matou Deus.” Darwin arregala os olhos, sem acreditar no que acaba de ouvir. Esse sentimento permeia o filme todo. Depois de muito sofrimento, medo e decepção com a igreja, ele e sua esposa decidem publicar aquele perigoso livro. “E que Deus nos perdoe”, diz Emma a el
Duas linhas para mudar o mundo
Essa minha atitude beligerante foi mudando por causa da percepção da veracidade de um único fenômeno: a seleção natural. A ideia da seleção natural é absurdamente revolucionária. Simples de tudo, mas pungente. Afinal,