Resenha do filme "notícias de uma guerra particular"
Lançado em 1999, o documentário inicia com o depoimento do Capitão Pimentel, do BOPE, que em conversa com os diretores, afirma que se fizesse parte das Forças Armadas Brasileiras talvez não enfrentasse uma guerra como a que enfrenta ao combater o tráfico nos morros cariocas, fala isso com certo orgulho, diz que em determinados dias ao colocar sua farda se sente invencível, confessa também sentir medo. Se no começo do depoente esboça certa felicidade por fazer parte da equipe que “protege a sociedade”, no final assume que policiais e traficantes vivem numa guerra particular. Mostra-se infeliz ao concluir que essa guerra não tem fim, em contra ponto à sua postura no início do filme. Afirma também que só a polícia não é suficiente para resolver os problemas existentes no morro.
Os traficantes falam sobre o Comando Vermelho e o apresentam como uma organização que tem como principal objetivo fazer pela comunidade excluída o que o governo não faz. Caem em contradição em alguns momentos, quando dizem que além de comprarem o essencial para sobreviver, buscam produtos fúteis, como roupas, acessórios, para chamarem atenção do resto da sociedade que os segrega, apresentando a partir disso sensação de exclusão.
Moradores do Morro de Santa Marta afirmam que antes da existência de uma organização como o Comando Vermelho e armas na favela, os policiais invadiam suas casas, roubavam o que era deles sem se importar com nada, e a partir do momento que jovens com espírito suicida passaram a defender a favela, os policiais passaram a sentir um certo medo durante as invasões. Estudiosos assimilam essa mudança de comportamento tanto dos jovens quanto dos policiais ao momento