Resenha do Filme - Instinto
A história começa com o antropólogo Ethan Powell indo para mais uma de suas pesquisas sobre a vida dos gorilas.
Durante a mesma, ele toma conhecimento dos costumes, hábitos e relações dos animais, sendo aceito como integrante da família depois de certo tempo. Acaba sendo preso, acusado de matar guardas florestais. Na prisão, conhece um médico que vê em seu caso uma grande oportunidade de recuperar um homem silencioso. Lentamente, ele volta a ter comunicação direta.
A primeira cena que me chama bastante a atenção é uma das primeiras em que o psiquiatra tem contato direto com Powell. Quando ele oferece lápis e papel ao homem, perguntando se pode escrever seu nome, observamos que ele invade bruscamente o espaço do antropólogo, que logo se assusta e, agressivamente, se defende. Nota-se que a sua primeira reação foi baseada no instinto dos gorilas. Ele já não estava acostumado com os humanos. Junto aos gorilas, tudo acontecia lentamente. (Assim como a sua aceitação como membro da família deles). Por isso, estranhou.
A segunda cena que escolho é quando os policiais verificam quem está com o ás de ouro. Com ela, pode-se ter um dia em uma cela que permita a vista do sol.
Powell ganha esta carta um dia, mas um prisioneiro tenta consegui-la usando a sua força. O antropólogo bate neste, que chora caído ao chão. Comparando a cena com a evolução da humanidade, notamos que, no princípio, o homem era nômade, pré-histórico e nele predominavam os instintos e a força. Mais tarde, as sensações e emoções se tornaram determinantes.
Esta tese serve para ilustrar boa parte do filme após esta cena, pois todos passam a ter oportunidade de ver o sol, não apenas o mais forte.
E por último, as cenas onde Powell fica em silêncio são onde a questão se torna existencial no filme, e não somente sociológica e superficial. O silêncio é a entrada para um mundo onde o homem civilizado não enxerga mais.
Ethan não faz parte da civilização, mas também não é um animal desprovido