Resenha do filme - Faroeste Caboclo
Entra em cartaz nessa semana, na véspera do feriado, a longa Faroeste Caboclo, a adaptação cinematográfica da famosa música da banda Legião Urbana. A música que é cantada em pouco mais de 9 minutos por si só é um roteiro de uma história que retrata muito a realidade brasileira, abordando; corrupção, luta de classe, violência, êxodo urbano e uma história de redenção. Os fãs da banda, como eu, aguardavam ansiosamente por esta adaptação, que demorou um pouco para sair do papel justamente pelo cuidado com que a produtora Bianca de Felippes e diretor René Sampaio trataram a obra.
O diretor René Sampaio atua há bastante tempo no mercado publicitário brasileiro tendo inclusive esse seu trabalho reconhecido quando ganhou o Leão de Prata de 2005 em Cannes (um dos mais importantes prêmios publicitários do mundo). Já a sua primeira incursão no mundo do cinema foi com o curta Sinistro em 2000 pelo qual recebeu alguns prêmios também. Faroeste Caboclo é a primeira longa dirigida por René, aqui ele faz um belo trabalho conseguindo dar identidade ao seu próprio filme sem deixar de fazer referência a letra da música. Além disso, René soube reunir ao redor da longa profissionais de qualidade que tornaram a película ainda mais agradável para o espectador com destaque para a fotografia de Gustavo Hadba (Meu Pé de Laranja Lima).
O longa conta a saga de João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira - Tropa de Elite 2) desde sua infância no interior da Bahia até sua ascensão, quando vai tentar a sorte em Brasília. Ajudado por Pablo (Cesar Troncoso), um primo distante peruano, que vende drogas da Bolívia, ele vai trabalhar numa carpintaria, mas depois também se envolve com o tráfico de drogas. Um dia, por acaso, ele conhece a bela Maria Lúcia (Ísis Valverde), filha de um senador (Marcos Paulo - Assalto ao Banco Central). Os dois se apaixonam enquanto João mergulha cada vez mais numa escalada de crime e violência que vão lhe levar a confrontar o playboy e