Resenha do filme Contact

O filme, antes do gênero específico, Ficção Científica, é considerado uma Obra de Arte pela crítica especializada internacional, justamente pela dificuldade em estabelecer uma explicação 100% aceita por todos. Portanto, querer defini-lo de forma lógica é o mesmo que querer definir a pintura abstrata que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exterior. Ao invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra, de uma maneira "não representacional". E a obra de Kubrick segue uma linha abstrata compondo uma grande "brincadeira" (se é que podemos definir assim) visual sustentada por uma trilha sonora espetacular que embala as diversas interpretações de quem se arrisca a fazê-las.

Dentro desta aventura coloco algumas considerações defendidas por alguns críticos e ao final dou a minha própria, ok?

Como a discussão é vasta e o espaço é pequeno, me atenho apenas a um dos pontos mais importantes e discutidos do filme : O MONOLITO NEGRO.

Uma pergunta que sempre se faz quando a referência é este filme é o porquê do monolito negro, qual a sua importância no filme?

Muitos simplificam a explicação dizendo que o monolito representa a inteligência humana, ou o marco de transição do macaco para o homem racional.
E que ao tocá-lo, ocorre o "clique" do cérebro, que inaugura a era do homo sapiens.

Por outro lado, segundo uma parte da crítica especializada destes últimos tempos, diz que no roteiro do filme o misterioso monolito que aparece quatro vezes durante a projeção é um marco posto em posição representando as fases evolutivas do homem. Ele serve como uma espécie de guia e pode-se assemelhar com a Tábua dos Dez Mandamentos recebidas por Moisés no Monte Sinai.
Seria então um filme teológico, porque o diretor apresenta de frente uma concepção de "Deus para os humanos" para marcar a diferença entre os pequenos esforços da humanidade e a insondável vastidão do Universo.
E isto é demonstrado na