resenha do filme antes de partir
Fazia tempo que não era lançado um road-movie tão bom quanto este As Confissões de Schmidt. Bom e com conteúdo. Claro, antes de tudo, Schmidt deve ser considerado um drama. Um drama com toques cômicos, com um humor sutil, real, e até mesmo constrangedor. É também a melhor aparição de Jack Nicholson desde Melhor é Impossível, de 1997. A cena final é arrebatadora, e mostra um dos melhores e mais tocantes momentos do ator em toda a sua carreira. O filme é dirigido com muita maestria por Alexander Payne, o responsável pelo sucesso crítico Eleição.
Agora com mais calma... As Confissões de Schmidt é um filme sobre personagens com vidas comuns em situações comuns, que nos mostra, de maneira bem depressiva, a busca de Schmidt pelo famoso “sentido da vida”. Schmidt está se aposentando. Vive em um bairro de classe média em uma (mais uma) dessas cidadezinhas pequenas e anônimas do interior dos Estados Unidos. Sua vida é monótona ao extremo. Ele considera seus amigos desinteressantes, mesmo amando eles. A cena inicial é magistral: Schmidt, como um robô, encara o relógio até este apontar o exato segundo para ele ir embora, no último dia de trabalho antes da aposentadoria. Essa cena é a síntese do filme, explicando que o que virá pela frente é uma história de tédio, rotina, e depressão. Não é um filme fácil. Muita gente pode sair do cinema deprimida, como o personagem de Nicholson.
Após a festa de aposentadoria, Schmidt encara uma rotina ainda pior do que quando trabalhava. É obrigado a conviver com sua mulher, pela qual ele não possui mais nenhum afeto: o amor foi morrendo ao longo dos anos e ela virou uma quase desconhecida para ele. Ele também possui uma filha adulta, que mora longe dali e está se preparando para casar, com um homem que, segundo Schmidt, “não faz jus à ela”. Sua esposa acaba morrendo, e ele vê uma chance de voltar a fazer alguma coisa útil, pelo menos na concepção dele: convencer sua