Resenha do filme Alexandre (2004) relacionando arte e religião
O filme “Alexandre” trata-se da biografia de Alexandre, o Grande, que viveu entre os anos de 356 a.C. e 323 a.C. e foi um dos maiores conquistadores do mundo antigo. Alexandre nasceu na Macedônia, e teve como professor o filósofo Aristóteles, tendo aprendido desde pequeno sobre a cultura grega. Nessa época a arte era fortemente influenciada pela religião, como nessa região, a religião dominante era o politeísmo, e a crença das pessoas era baseada nos mitos transmitidos de geração em geração, as histórias sobre os deuses e heróis que eles cultuavam eram imortalizadas em pinturas, esculturas e em algumas obras arquitetônicas feitas em homenagem aos deuses. No filme, a mãe de Alexandre faz referência diversas vezes aos deuses gregos chegando a dizer que o menino era filho de Zeus (um dos deuses mitológicos). Seu pai por sua vez o leva a uma espécie de gruta subterrânea onde mostra a ele pinturas rupestres, representando as histórias dos heróis e deuses em que eles acreditavam. As pinturas retratavam as cenas mais trágicas da vida dos personagens, traço característico da cultura grega, a maioria das histórias terminava de maneira trágica de modo a retratar a miséria humana e a transmitir ensinamentos e lições de moral, o que os artistas tentavam reproduzir em suas obras. Além disso pintavam outras cenas clássicas, em vasos e cerâmicas, ou ainda em paredes e mosaicos, e muitas vezes seguiam a tendência egípcia da frontalidade (retratavam os corpos das pessoas de frente e as cabeças de perfil). Outro traço característico era retratar a perfeição dos corpos, que era idolatrada por eles. Nas esculturas gregas do período clássico, tanto nas que representam deuses e heróis quanto nas que representam seus líderes e governantes, podemos observar que os corpos são retratados com perfeição estética. No filme, é mostrada também uma escultura feita em mármore que Alexandre mandou erguer em memória de seu cavalo, Bucéfalo, na cidade que ele batizou