Resenha do filme adivinhe quem vem para jantar
A obra do diretor Stanley Kramer já merecia reconhecimento por ter no elenco dois dos mais geniais atores de Hollywood: Katharine Hepburn e Spencer Tracy, este em sua última e derradeira aparição nas telonas. O tema abordado é deveras pertinente: o racismo, pois está presente desde os primórdios da humanidade e infelizmente não há previsão para o término. A base da trama envolve a jovem filha do casal Drayton, que ao voltar de viagem com um homem negro, informa seus pais que vai se casar com ele. A notícia repentina torna os pais apoquentados e duvidosos e a partir daí o preconceito racial entra, literalmente, em cena.
A década de 1960 foi marcada por revoluções, inclusive dos jovens da época que lutaram por mudanças sociais. No longa, essa transformação mostra os Estados Unidos como um país liberal e representa a juventude idealizadora através de seus costumes, vestes e músicas da época: a ascensão do rock ‘n’ roll. Embora o país tenha percorrido caminhos prósperos, o mesmo mostrou regressão no racismo, fazendo com que este fosse eminente.
Retornando à realização da obra, o racismo é recorrente, contudo este não parte apenas de um lado, mas sim dos dois: brancos contra negros e vice-versa. Stanley Kramer constrói a obra praticamente em um cenário: a mansão dos Drayton, ou seja, um filme de confinamento. Dentro desse belíssimo lar, encontra-se o mais terrível e abominável sentimento que um ser humano pode carregar dentro de si: o ódio contra o semelhante. Por mais que uma pessoa seja realizada tanto na vida profissional quanto na pessoal, o caso do personagem John Wade, seus méritos de nada valem se ela é negra. O confronto de raças desenvolve-se permanentemente, apresentado opiniões divergentes, defendendo ou atacando