Resenha do filme 300
O Grande Rei não é o único a virar caricatura em 300. Em parte, a culpa é dos belos e exagerados quadrinhos do americano Frank Miller (nos quais o filme se inspirou e não diretamente em fatos históricos). Para ressaltar o heroísmo dos gregos da cidade de Esparta, que ousaram se opor às forças muito superiores do Império Persa, Miller os transforma num bando de kamikazes, que teriam decidido se sacrificar desde o começo para inspirar as outras cidades da Grécia a resistir ao invasor. “É uma polarização extrema entre mocinhos e bandidos que distorce um bocado a situação real”, resume o historiador britânico Paul Cartledge, da Universidade de Cambridge.
Em 480 a.C., o primeiro combate aconteceu no desfiladeiro das Termópilas, espremido entre as montanhas e o mar no centro-norte da Grécia. Cerca de 7.000 gregos, comandados por 300 espartanos e seu rei Leônidas (Gerard Butler, no filme), foram mandados para fazer frente a 120 mil homens do Império Persa, liderados por Xerxes.
Santoro aparece pela primeira vez numa conversa entre os dois reis, e seu visual é de arrancar os cabelos – se ele tivesse algum, claro. De cabelos (e pêlos) raspados e tanga dourada, o ator brasileiro parece uma estante de piercings, tamanha é a quantidade de adereços metálicos em seu rosto. O look é completado por longas unhas douradas e altura de uns 2,5 m. Primeiro problema: um rei persa depilado era uma coisa