Resenha do documentário "bebês" de thomas balmès
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O documentário “Bebês” é um trabalho do diretor francês Thomas Balmès, que acompanha desde os exames pré-natais a vida de 4 bebês em diferentes meios culturais. Acompanhamos assim as formas diversas das mães para solucionar os mesmos problemas. E entre esses, podemos citar o modo como a mãe namibiana limpa os olhos de seu bebê com a língua, enquanto a mãe mongólica lava os do seu com o leite do próprio seio. Ambos nos provocam um estranhamento no primeiro momento, pois estamos mais ligados ao ambiente em que habitam os outros dois bebês. Um ambiente urbano. Representando esse ambiente, temos Mari do Japão e Hattie dos EUA. No ambiente mais rural, Ponijao e Bayar (Mongólia e Namíbia), que são as grandes estrelas do filme. E assim se percebe um talvez viés voltado para o registro da alteridade. Fazendo por exemplo com que a Hattie tenha pouco destaque. E o motivo seria o mesmo que nos desperta mais com a história dos bebês que estão em um ambiente mais distante do nosso. Balmès é europeu, e vive em ambiente urbano. Não há ali, no meio urbano, uma curiosidade, mas, aos meus olhos, apenas um ponto de comparação entre o ambiente em que ele vive – que é o mesmo em que o seu trabalho circula – e o ambiente que ele quer mostrar. O documentário é rico em diferenças e semelhanças. O bebê namibiano, por exemplo, engatinha na terra nu e brinca com ossos de animais, enquanto a bebê norte-americana é cercada de uma cuidadosa obsessão com a higiene. O ambiente de Bayar e Mari são bem diferentes também. O menino mongólico está o tempo todo entre animais domésticos, bois, cabras e galinhas. Já o ambiente da bebê japonesa é totalmente urbano, e dessa forma ela tem contato direto apenas com um gato de estimação. Assistimos o filme todo com um prejulgamento que cresceu junto conosco, o de que os estímulos recebidos em meios rurais não são o bastante para formar um intelecto social considerável ao nosso. Mas ao vermos todos os bebês rindo, chorando e com medo, percebemos que eles