Resenha do capítulo IV do livro “A Negação da Morte”, de E. Becker
“O Caráter Humano como Mentira Vital” do autor Ernest Becker nos fala detalhadamente como o homem se ilude, usando da Mentira Vital, para acreditar-se um “Deus”, que foge à regra mais básica da existência, que é a morte. De todas as inquietações que movem o ser humano, a mais forte é o medo da morte. Esse temor é a maior fonte de angústia no homem, pois, mesmo com o avanço da ciência, tecnologias e afins, nós ainda não conseguimos, e creio que nem iremos, fugir a essa regra, à passagem (se é aos céus já é tema para outra resenha) à não-vida. Lembrando o texto da Critelli, que narra uma passagem mitológica, de certo alguém que herdou o “dom” de nunca morrer, e também ficou infeliz com isso. Eu creio que seja ainda mais angustiante não morrer nunca do que ter a certeza da morte. O autor fala que a razão que explica porque o homem é tão sem coragem, no sentido de que ele não consegue ficar em pé com seus próprios pés e depende completamente do outro, é que nada nele é “dele”: seu nome, suas crenças, sua filiação, etc; tudo são os outros homens que colocam nele, tudo isso ele vai construindo nas relações com os outros. Assim, nos falta autoridade para oferecer algo nosso e, conseqüentemente, coragem. Sendo para ele, a maior sina, carregar esse fardo existencial. Posto que é o único animal ciente da sua finitude.
“A grande dádiva da repressão [recalque] é a de possibilitar ao homem viver decisivamente em um mundo de beleza, majestade e terror que, se os animais o percebessem, ficariam paralisados e sem ação” (BECKER, 2007, pg. 61).
E, citando Maslow:
“É precisamente em relação ao que há de divino em nós que nos tornamos ambivalentes, ficamos fascinados e temerosos, somos motivados e nos defendemos. Este é um aspecto da dificuldade básica do homem, e de sermos simultaneamente vermes e deuses”. (Pg. 62).
Então, o homem aparece caracterizado pelo temor da vida e da