Resenha do capítulo 'Da informação à argumentação', do livro 'O indivíduo na organização'
O texto “Da informação à argumentação” é um capítulo do livro “O Indivíduo na organização”, cujo autor é Jean-François Chanlat. Este capítulo faz uma crítica em relação à “teoria dos papéis” de Mintzberg, apontando a mecanização do ser humano, e propõe uma substituição da lógica do tratamento da informação por uma lógica da argumentação. A teoria dos papéis de Mintzberg faz um reagrupamento das atividades cotidianas dos gestores, divididas entre papéis interpessoais, informacionais e decisionais; para ele isso caracterizaria o trabalho dos executivos. O autor aponta a limitação do alcance dessa teoria, mostrando com alguns exemplos que todo ser humano pode exercer tais papéis.
O autor faz outras críticas em relação ao tratamento da informação pelos atores (executivos) que, segundo Mintzberg, “colhem a informação, a tratam, a divulgam e, enfim, a utilizam em processos de tomada de decisão” (Chanlat, 1996, p.70). Essa visão do ator como uma máquina de tratamento da informação começou a ser estudada desde os anos 40, porém desde o início dos anos 80 uma crítica em relação a ela começou a ser formulada.
Por exemplo, não é raro que os atores recolham informações que eles não utilizam; é frequente que a informação, mais do que servir para a tomada de decisão, sirva para justificar as decisões a posteriori, e é também claro que a informação poder ser utilizada para outros fins que a tomada de decisão, em particular como sistema de controle (Chanlat, 1996, p.70).
Essa nova concepção aponta o ator (executivo) como um estrategista, que usa as argumentações e não informações para persuadir o público a aceitar o seu discurso. Os atores apoiam-se na sua concepção sobre o objeto de sua argumentação e, também, caracterizam o seu auditório (público) para direcionar o seu discurso ao tipo de público ao qual estão