Resenha do artigo A sombra de adorno
Podemos ver que o ser humano hoje é muito mais superficial com relação a décadas passadas que se permitiam bem mais a “experiência”, frutificando em um relacionamento saudável consigo mesmo. Nos tempos de hoje, no mundo pós-moderno existe um mau-viver adquirido pela não experiência ou a “experiência de tempo alienada”. O individuo se tornou vazio e solitário de si mesmo, como mostra no texto “Reflexões à sombra de adorno” de Jorge Coelho Soares e Ariane P. Ewald, na citação a seguir:
Se na modernidade os sujeitos tinham um sentimento de existência mais ancorado a realidade e desejavam que sua vida tivesse um caráter grave e significativo, na pós-modernidade o homem almeja ser divertido, superficial, leve, prazeroso, fonte de fruição permanente para si e para outros e consumidor voraz de bens e serviços que acredita poder agregar como valor á sua própria pessoa. As pessoas assam a valer, cada vez mais, pelo seu valor econômico bem como pelo seu potencial erótico a ser canalizada, não como força emancipadora a serviço da liberdade, mas como mercadoria a serviço do capital. (2004, p.1)
A cultura do “ser e ter” são apresentados pelo consumo em que “o homem da pós-modernidade se aferra ao consumo como ancoragem identitária, substitutiva das gratificações amorosas que deveriam emanar de suas as relações com os demais homens” (p.2). Diante disto o homem se torna refém de si, de suas escolhas, atitudes e frustrações. Hoje as pessoas vivem um vazio que não querem aceitar. E para não vivenciar esse vazio tomam a errônea decisão de não vivê-lo, ou seja, “a grande dificuldade para o homem pós-moderno não é a de se sentir existencialmente dentro de um vazio que o angustia e dilareça, mas, ao contrário, a de se recusar visceralmente a aceitar o vazio como condição para pensar sua existência.” (p.3). Não sabendo elaborar essa perda, esse