Resenha do artigo "Senhores e Potentados: negociações e reciprocidades na formação de "exércitos privados de escravos" em Minas Gerais no início do século XVIII.
Este modelo foi aplicado no período colonial brasileiro através da associação da metrópole com as elites locais, em que essas assumiam o papel de "autoridade metropolitana em seus domínios". Esse processo era extremamente interessante para a Coroa, pois ela afirmava o seu poder perante a sociedade colonial utilizando uma liderança local. Nesta relação havia uma economia significativa por parte da Coroa, pois de uma certa forma ela terceirizava funções administrativas fundamentais para a manutenção do poder real na colônia. Além disso de acordo com a autora ela "reforçava os laços de solidariedade, garantindo a fidelidade à metrópole".
A grande questão colocada no artigo "é a formação de alianças entre Coroa e seus administradores e elites locais para a afirmação de seu domínio" e como estas elites exerciam de fato este poder local, sob os estratos mais subalternos dessa sociedade colonial. Mais importante até do que analisar as negociações e reciprocidades entre a elite colonial e a Coroa, é analisar essa interatividade dentro da própria colônia.
Esse grupo subalterno exposto era composto majoritariamente por escravos que exigiam dos seus superiores em alguns casos atitudes repressoras, porém na maior parte do tempo havia uma interação entre as partes devido a significante presença habitacional e importância econômica e social que estes escravos tinham para a sociedade colonial.
Ana Paula Pereira Costa classifica essa interação como, "redes de dependências recíprocas, que envolviam negociações e conflitos". Ela afirma que ambos os lados que participam destas redes procuram sempre maximizar os seus ganhos, não deixando de ressaltar a