Resenha do artigo: psicanálise é trabalho de fazer falar , e fazer ouvir
O artigo tem como foco caracterizar a Psicanálise em seu sentido original e fundamental como atividade de tratamento que compreende no trabalho de “fazer falar, e fazer ouvir”. Tal formulação tem seu entendimento a partir da análise dos três principais modos com os quais Freud conceitua a tarefa psicanalítica: vencer resistências, interpretação e construção.
Em primeira instância menciona-se um episódio descrito por Freud, no qual, vivenciado por ele e seu companheiro Charcot, por quem possuía grande admiração, onde se permite fazer uma equiparação com dificuldades a serem enfrentadas na fala do analisando e no ouvir do analista.
No desenvolver da obra, o autor irá esclarecendo os componentes do trabalho da psicanálise, cujo mesmo não subsiste sem a análise propriamente dita.
O trabalho de fazer falar implica no paciente dizer o que foi esquecido, atividade esta que encontra certas resistências, até mesmo pelo fato de que o próprio analisando se opõe caso o analista venha interrompê-lo. A partir daí surge a necessidade da associação livre, onde o analista solicita ao paciente dizer o que lhe ocorre, abrindo mão de seu julgamento em relação a isto.
No que se diz a respeito do papel pertinente ao analista, “a caracterização do trabalho psicanálise como vencer resistências para fazer falar o paciente”, não estaria completa sem sua dedicação ao ouvir. O ouvir do analista consiste em uma atenção flutuante, pela qual ele irá fazer uma interpretação do discurso do analisando, de forma que o faça ouvir o que propriamente disse, mas ignora. Porém não é o suficiente que o analista só faça o paciente ouvir a si, mas deve trazer a seu conhecimento os acontecimentos esquecidos com compreensão dos mesmos, seria o “estágio onde há completo vazio e uniformidade mental segundo a regressão psicológica da meditação budística” (Alexander; Selesnick, 1968, p. 52). Daí então se faz necessário uma técnica