Resenha - discurso da servidão voluntária, etienne de la boétie
Faculdade de Direito
Filosofia II – prof. Jonnefer Barbosa
Renata Moreira de Toledo – MF2
Discurso da Servidão Voluntária, Etienne de La Boétie
O autor inicia o texto delimitando o tema, afastando uma possível alusão a formas corretas e desejáveis de governo, e pontuando o tratamento no entendimento das razões que levariam tantas nações, homens, cidades e burgos a se submeter ao poderio de um só homem, sendo este alguém a quem não deveriam temer nem tampouco amar, visto que é sozinho e cruel.
A submissão tratada no texto difere daquelas que são infligidas a povos que se viram subjugados à força, como no caso de Atenas e em outros períodos históricos. Nestes casos, convém lamentar o incidente, suportar o infortúnio presente e “reservar-se para melhor fortuna no futuro”. Fica implícito nessa diferenciação certo amor da liberdade como algo que o autor tem como desejável para o homem.
A sujeição abordada não pode ser chamada de covardia, porquanto esta se daria em uma escala menor, em situações em que um número relativamente pequeno de indivíduos recua e capitula perante uma única pessoa. No caso em questão, são povos inteiros que aceitam os ditames de um único indivíduo que não deveria inspirar medo por seus próprios atributos.
Segundo o autor, lançar luz sobre tal cenário mostra seu absurdo e o levaria a não ser acreditado se fosse contado a outrem. É de tal modo inconcebível que poderia muito bem ser tomado como invenção e mentira.
A saída do estado de servidão pode ser entendida como uma passividade, e não uma ação revolucionária. Isso porque não seria necessário que os homens anulassem seu senhor, mas sim que não consentissem em ser dominados. Os próprios homens se sujeitam e recobrar sua liberdade não implicaria grandes ações empreendedoras, mas tão-somente recusar a servidão.
O autor enfatiza a relação se sustentação que se estabelece entre o povo e seu próprio algoz. Este só se mantém a expensas do