RESENHA DEFINI AO DO FANT STICO TODOROV

TODOROV, Tzvetan. Definição do fantástico. In: Introdução à literatura fantástica. Tradução Maria Clara Correa Castello. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2004, p. 29-46.
Por: Jéssica Maria Cruz Silva

Em Introdução à literatura fantástica (2004), Tzvetan Todorov faz uma definição do fantástico citando as concepções de diferentes teóricos sobre esse gênero, assim como algumas narrativas e suas respectivas personagens que hesitam entre o real e o imaginário, diante de acontecimentos que fogem às leis naturais, tais como são conhecidas.
Usando como referência o personagem Alvare do livro Le Diable amoureux (1772), de Jacques Cazotte, Todorov inicia o capítulo “Definição do fantástico”, corpus deste trabalho, mostrando a hesitação de Alvare em compreender se a mulher com quem ele vive é realmente um mau espírito ou se não passa de uma ilusão, tomada na forma de sonho. À partir daí, Todorov deixa claro que o âmago do fantástico se dá nessa incerteza, no qual o personagem experimenta uma hesitação entre o natural e o sobrenatural, não sendo possível chegar a uma conclusão, pois aí já deixaria de ser fantástico e passaria ao gênero estranho ou maravilhoso.
O escritor búlgaro também aborda algumas concepções do fantástico formuladas por teóricos do século XIX, pois, embora sua obra seja a mais completa no que diz respeito ao fantástico, alguns conceitos para esse gênero já tinham sido elaborados. Inicialmente, cita o russo Vladimir Soloviov que, em sua definição, admite tanto uma explicação natural como sobrenatural para o fenômeno estranho presente no fantástico, criando, assim, a hesitação, característica de tal gênero. Montague Rhodes James retoma quase a mesma concepção e afirma que as duas possibilidades de explicação também são possíveis, sendo que a natural quase não pode ser usada. Já Olga Reimann, autora alemã, diz que o próprio herói fica surpreso com as coisas extraordinárias que o cercam e sente a hesitação entre o real e o imaginário.
Usando os conceitos