Resenha de o alienista – machado de assis
A ironia de Machado de Assis é notória nesta novela, quando mostra a hipocrisia do ser humano que só pensa em seu próprio prestígio.
Dr. Simão Bacamarte, casado com apática senhoura, consegue da Câmara de Vereadores de Itaguaí, verba para fundar a “Casa de Orates”, ou “Casa Verde”, um hospício onde o sinistro e empertigado médico resolve estudar os limites entre a razão e a loucura, convencendo as autoridades e a população de que estudar este mal era tendência na Europa. Fica então a cidade à revelia deste homem que resolve, por sua conta e risco, julgar quais eram os loucos da cidade e quais os sãos.
Vai internando, um a um, os verdadeiramente doentes que até então eram tratados e cuidados em casa pelos familiares. Aos poucos Simão Bacamarte, num surto surpreendente, resolve que os honestos e os justos eram também loucos. Chega ao ponto de internar quase toda a cidade. Na medida em que vai analisando suas teorias, vai alterando o tratamento dispensado aos pacientes.
Mas a cidade já está desconfiada do médico insano, assim, a reação não tarda e uma revolução armada irá contestar o médico que, acuado, toma resolução inusitada, surpreendente.
Aqui, em O Alienista, o leitor se diverte, ri a valer, mas perceberá a irônica crítica de Machado de Assis à sociedade burguesa daquela época. Um livro gostoso de ler, uma surpresa a cada página, personagens atípicos e crédulos da suposta superioridade européia na medicina da loucura. Tremenda crítica à sociedade que o autor nunca perdia oportunidade de mostrar patética e hipócrita.
O Alienista é um clássico. Fizemos na faculdade um roteiro adaptado para TV e pudemos notar que muitas características da sociedade se mantém, o que torna a obra do