Resenha de "a representação do eu na vida cotidiana", de erving goffman
No livro “A Representação do Eu na Vida Cotidiana” Erving Goffman utiliza-se de metáforas da ação teatral para analisar como os indivíduos se comportam em situações de interação social na vida cotidiana. Como no teatro, os indivíduos atuam de maneira a tentar convencer de uma impressão que ele deseja que os outros tenham dele, para tanto diversas técnicas são utilizadas. É justamente destas formas de sustentação da representação do Eu que o autor trabalha nesta obra.
Um dos primeiros aspectos salientados por Goffman é a importância da obtenção de informações. Quando inicia-se uma interação os indivíduos procuram colher o máximo de informações possíveis sobre o outro, afim de que se possa definir de forma clara a situação, o que uns esperam dos outros. A forma de coleta dessas informações é diversa: existem diversos “veículos de indícios” que as transmitem. Alguns indícios são suposições baseadas em experiências passadas, ou seja, aplicam-se estereótipos não comprovados ao indivíduo que age, se veste e frequenta determinado cenário social baseando-se em experiências anteriores. Outros, são provas documentadas apresentadas pelo indivíduo, ou a confiança no que ele diz.
Porém, muitas vezes a coleta de informações não é tarefa simples, às vezes o tempo de interação é muito curto, outras o lugar não permite uma interação aprofundada. Desta maneira, “o indivíduo terá de agir de tal modo que, com ou sem intenção, expresse a si mesmo, e os outros por sua vez terão que ser de algum modo impressionados por ele” (pg. 12). Goffman aponta que a capacidade do indivíduo de dar impressão envolve dois planos de atividades significativas: a expressão emitida e a expressão transmitida. A expressão emitida envolve uma série de ações consideradas sintomáticas do ator (comunicação no sentido amplo), diferente da expressão transmitida que está ligada aos símbolos verbais (comunicação no sentido