Resenha de Portugues
Aluna:Vanessa Alves, 3º ano Azul
O texto “Nada na língua é por acaso – Ciência e senso comum na educação em língua materna” de Marcos Bagno apresenta, de modo acessível e esclarecedor, os fundamentos necessários para que professores em atuação e em formação possam abordar conceitos como variação e mudança, norma-padrão e norma culta, entre outros. Como lidar com variações e mudanças da língua no ensino de português? Essa foi a principal questão que Bagno procurou responder nesse texto para professores que buscam compreender sua língua materna, visando aperfeiçoar o ensino de língua portuguesa.
Bagno explica que os discursos da ciência e do senso comum a respeito da língua são diferentes. Para as ciências da linguagem, toda manifestação linguística é correta, desde que seja capaz de cumprir a função de interação humana. Já o senso comum tem a noção de erro, influência dos primeiros gramáticos, que definiram um modelo de língua baseado no falar de um grupo social específico: homens, livres, letrados, ricos, cidadãos (eleitores e elegíveis) e membros da aristocracia política. Tudo o que fugia a esse modelo idealizado era – e continua sendo – considerado erro. “Se pensarmos dessa forma, vamos dizer que 99% da população fala errado a própria língua”, diz Marcos Bagno.
Na direção contrária à dos primeiros gramáticos, a linguística, como ciência, propôs, mais tarde, que em vez de pensarmos em “erro”, deveríamos pensar em variação da língua, de acordo com fatores como a região e a classe social de origem dos falantes, e em mudanças linguísticas, que ocorrem naturalmente ao longo do tempo. Segundo o autor, é impossível pesquisar a língua sem levar em conta quem fala, para quem fala, o contexto social dos falantes e a situação de comunicação. Não se deve tratar a língua como “alguma coisa que não nos pertence e que, para piorar, é de difícil acesso”, como consideram a gramática tradicional e o senso comum.
Diante da idéia