Resenha de “não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade”
Resenha de
“Não-Lugares: Introdução a uma Antropologia da Supermodernidade”
No livro “Não-Lugares: Introdução a uma Antropologia da Supermodernidade”, de Marc Augé, o autor inicia sua tese se afastando do termo pós modernidade preferindo utilizar a palavra supermodernidade. Segundo ele, o primeiro termo passa uma idéia de ruptura com o passado, já o segundo termo indica uma continuação do tempo, tornando-se mais adequado, pois não se pode entender os fenômenos que acontecem hoje em dia sem fazer referência ao passado. O termo supermodernidade carrega um sentido de excesso, exagero, indicando, por exemplo, a superabundância de fatos.
No livro em questão, Augé discute a capacidade da antropologia de abranger, analisar e compreender as complexas sociedades contemporâneas, a supermodernidade. Ele propõe uma nova postura quanto à reflexão da contemporaneidade e estabelece um objeto de estudo novo, os não-lugares.
Augé define os chamados não-lugares como um espaço de passagem incapaz de dar forma a qualquer tipo de identidade. Não-lugares dá um novo entendimento à categoria de tempo: o acontecido ontem, hoje já é História; ao mesmo tempo que tudo é acontecimento, devido a imensa quantidade de fatos e ao acelerado mundo high-tech, ao mesmo tempo nada mais é acontecimento. Cada objeto é passível de múltiplas análises. Isso se dá pela constante busca do ser humano de dar sentido ao mundo. Sendo assim, organizar o mundo a partir da categoria tempo já não mais faz sentido.
As constantes transformações de espaço, a mobilidade social, a troca de bens e serviços e o enorme fluxo de informação, dão impressão de que o mundo encolheu. Este encolhimento provoca alteração da escala em termos da visão que temos do planeta, isso através da concentração urbana, migrações populacionais e produção de não-lugares, que seriam aeroportos, vias expressas, salas de espera, centros comerciais, estações de metrô, campos de refugiados, supermercados,