À palo seco Belchior deu voz a uma juventude que estava sem poder falar por ser sufocada pelo regime militar. À palo seco é uma expressão que se refere a estar sóbrio, então creio que o autor com isso quer mostrar que teve coragem de falar mesmo estando sóbrio, sem medo da repressão usando a única arma que tinha (sendo ela no caso a palavra) para atingir aqueles que feriam, reprimiam e dominavam e para abrir os olhos de uma juventude silente. Assim o autor mostra que enquanto os outros sonhavam de olhos abertos por conviverem com a ditadura e os efeitos que ela causava sem se manifestar ou tentar mudá-la, ele tinha consciência da realidade vivida apesar de totalmente descontente e inconformado com a situação de repressão presenciada na década de 70 que foram os anos mais intensos e duradouros da ditadura militar. Essa ditadura como todas as outras que ocorriam no continente sul americano, geralmente eram apoiadas pelos Estados Unidos. Sobre essa composição, Belchior declarou: “Essa música estabelece o primeiro momento da visão do jovem sobre certa acomodação que tomava conta do mundo, como se todas as coisas já tivessem sido ditas.” Marginalia II A música marginalia II foi feita pelo poeta Torquato Neto que foi um dos precursores do movimento tropicália onde contribuiu para o surgimento da MPB. A sua letra foi feita pelo poeta e os arranjos foram feitos por Gilberto Gil. O poeta se coloca como representante da nação para assumir a autoria da não realização de um sonho de mudança para melhor; onde todos têm culpa pela fome, pela falta de coragem de lutar, por vivermos em um país de terceiro mundo estando nós brasileiros conformados mesmo conscientes da nossa historia e situação, a ponto de dizer que essa terra é o fim do mundo sendo obediente a um sistema no qual todos dizem amém. Ele descreve o Brasil, mas especificamente a Bahia que sofre com o sopro forte do vento da fome, do medo, e da morte. Não é serio A musica composta