Resenha de Livro História da Loucura
RESENHA
HISTÓRIA DA LOUCURA – MICHAEL FOUCAULT
Através da leitura do Livro História da Loucura (1972) é possível perceber que Michael Foucault faz uma descrição minuciosa das reconfigurações dos discursos da loucura desde o Renascimento até a modernidade referindo-se a todas as formas de poder que perpassaram o contexto de cada movimento, bem como todas as formas que o sujeito louco era visto, descrito ou até “julgado” no decorrer dos séculos e nas suas práticas sociais. No começo, recordando a época das cruzadas, a história dos leprosos e de todo estereótipo que eles carregavam consigo; por mais que fossem considerados manifestação de Deus, tinham que ser excluídos/afastados da população e da igreja. Com o fim da lepra, o início da manifestação das doenças venéreas onde os doentes então eram colocados nos antigos “hospitais” para leprosos. A proliferação foi grande e quanto mais longe da população, melhor. É visto assim, então, a semelhança entre a lepra, as doenças venéreas e consequentemente o surgimento da loucura: um lugar nítido de exclusão da sociedade. “É sob a influência do modo de internamento, tal como ele se constituiu no século XVII, que a doença venérea se isolou, numa certa medida, do seu contexto médico e se integrou, ao lado da loucura, num espaço moral de exclusão.” (FOUCALT, 1972, p.8). Na Renascença, a loucura era considerada uma singularidade envolta em um mistério; os loucos eram colocados em navios ou barcos que os levavam para longe das cidades com a justificativa da “busca da razão”. Uma metáfora interessante ao mar, considerado por Foucault um lugar que entrega o homem à incerteza da sorte, do futuro. Em seguida, se contraponto a essa ideia, por sua vez, foi surgindo outra espécie de denominação da loucura vinculada não mais à origem cósmica, mas a uma prática moral do homem. O louco virou assunto nas artes e passou a ser visto como detentor da sua verdade. A experiência humanista em Erasmo