Resenha de Leda Maria Paulini - A AUTONOMIZAÇÃO DAS FORMAS VERDADEIRAMENTE SOCIAIS NA TEORIA DE MARX: COMENTÁRIOS SOBRE O DINHEIRO NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
4869 palavras
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A AUTONOMIZAÇÃO DAS FORMAS VERDADEIRAMENTE SOCIAIS NA TEORIA DE MARX: COMENTÁRIOS SOBRE O DINHEIRO NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEOLeda Maria Paulani
Introdução:
A autora inicia o artigo destacando a Teoria Monetária de Marx considerando que desde 1971, com a desvinculação que Nixon promove entre o dólar americano e o ouro, “o dinheiro mundial”, ou como Marx também o chama, “meio de pagamento internacional geral”, se transforma num objeto que é denominado dinheiro inconversível ou dinheiro de papel, sem vínculo algum a qualquer mercadoria.
Neste contexto, a autora afirma que o objetivo do seu artigo é mostrar, a partir de do ponto de vista hegeliano da leitura de Marx, que os desdobramentos históricos experimentados pelo sistema monetário internacional podem ser vistos como uma espécie de realização de um processo de autonomização das formas sociais que está inscrito na própria mercadoria e que a empurra em direção às formas mais abstratas de riqueza como o capital financeiro e o capital fictício. Sendo assim, a Teoria Monetária de Marx, está hoje mais adequada à configuração assumida pelo processo de reprodução do capital do que estava à época do “dinheiro mercadoria”.
1) Uma Nota Metodológica:
É bastante conhecida a seção da “Introdução de Para a Crítica da Economia Política” (1978), em que Marx faz reflexões sobre a natureza de sua postura metodológica, bem como sobre a relação da crítica da economia política que então elaborava com a filosofia de Hegel. Marx investe contra Hegel. Afirma que Hegel caiu na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento porque, de fato, a elevação do abstrato ao concreto e a reprodução deste concreto por meio do pensamento gera esta ilusão. Vale reproduzir a passagem:
“O concreto é concreto porque é síntese de múltiplas determinações, isto é, unidade do diverso. Por isso, o concreto aparece no pensamento como o processo da síntese, como resultado e não como ponto de partida [...]. No primeiro método, a